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Steel frame x Estrutura metálica: Qual a diferença? 

Define-se Construção Industrial como a tentativa de transformar o canteiro de obras em uma verdadeira linha de montagem. Trata-se de transportar serviços que, normalmente, seriam executados in loco para o ambiente fabril. Dessa forma, divergindo, e muito, com o convencional concreto armado e alvenaria, que possui predominância absoluta no Brasil.

E quando o assunto é industrialização, é impossível deixar de mencionar estruturas em aço. Afinal, é a metodologia mais disseminada quando se refere a limpeza, organização e eficiência no canteiro, dominando, aproximadamente, 85% do mercado americano.

Esse artigo tem como principal objetivo descrever:

• O que é o Steel Frame?
• Quais as suas vantagens?
• Quais as principais diferenças com a metodologia convencional?

O que é o Steel Frame?

Conhecido também como Light Steel Frame, consiste na utilização de um “esqueleto” metálico em aço galvanizado, usualmente sobre uma fundação radier. 

Ao contrário da metodologia convencional, o Steel Frame é classificado como sistema construtivo, ao contrário de uma exclusiva função estrutural. Nesse sentido, os perfis participam de dois sistemas distintos: vedação e estrutura. Por isso, a espessura pode variar entre 0,80 e 1,25 mm. O Dry-wall, por exemplo, com utilidade apenas na vedação, possui um perfil metálico com 0,50 mm de espessura.

Para o fechamento da estrutura, pode-se utilizar placas OSB, cimentícias, painéis de alumínio e, inclusive, Dry-wall. A flexibilidade desse sistema é um dos motivos de sua popularidade.

Quais as suas vantagens?

• Menos peso sobre a fundação:

Como a própria nomenclatura indica, o Light Steel Frame, comparativamente com a estrutura metálica ou concreto armado, exerce muito menos carga sobre a fundação. Isso permite, portanto, a empregabilidade de radier, em alguns casos, gerando economia de até 30% na fundação. 

• Sustentabilidade:

Esse aspecto vem por três principais fatores: consumo de água, eficiência com materiais e reciclagem. Ao contrário da alvenaria convencional, com um consumo, em média, de 500 litros por metro quadrado, o Steel Frame consome cerca de 5 litros. Essa diferença abrupta tem interessado cada vez mais os investidores, observando uma oportunidade com a escassez do recurso.
Além disso, o sistema permite uma otimização do gasto com material, evitando desperdícios e compras em excesso, um benefício visível na industrialização da construção. Soma-se isso ao fato de que quase 100% do aço pode ser reciclável e temos a sustentabilidade como o principal motor de crescimento do Steel Frame.

• Prazo:

Apesar de demandar mais tempo no cálculo e concepção do projeto, em geral, obras com esse sistema podem chegar a cerca de 60% do cronograma convencional.

• Eficiência termoacústica:

Conforme já havia sido mencionado, uma das principais vantagens do Steel Frame está na flexibilidade, permitindo uma gama de materiais para preencher os vazios da estrutura. A partir do emprego de uma espuma termoacústica, lã de rocha, por exemplo, pode-se obter desempenhos superiores na acústica e conforto térmico da residência.

• Limpeza no canteiro de obras:

A “construção a seco” permite descomplicar o cenário muitas vezes caótico do canteiro de obras. Permite uma visualização do panorama geral da obra, e prevenir possíveis erros da mão-de-obra.
Além disso, na etapa de instalações elétricas e hidráulicas, a compatibilização com o Steel Frame previne as demolições convencionais de paredes e lajes. O projeto, portanto, é totalmente integrado.

Qual a diferença com a estrutura metálica convencional?

Primordialmente, possuem objetivos totalmente distintos. A estrutura metálica convencional representa uma alternativa ao concreto armado e pré-moldado (estrutura), com objetivo de preencher vãos maiores, de otimizar espaços ou, inclusive, promover mais velocidade e eficiência na obra.

Enquanto isso, o Steel Frame não se limita apenas na estrutura, como também na vedação e integração com os outros diversos sistemas da casa. A parte elétrica, por exemplo. Isso permite um grau ainda maior de industrialização, quando comparado com o método tradicional.

Além disso, há uma diferença na disposição dos perfis metálicos. No Light Steel Frame, a estrutura é disposta como um “esqueleto”, enquanto o convencional se assimila ao concreto armado (pilares e vigas). Essa diferença surge, principalmente, pela espessura, dimensão e peso dos perfis empregados. Devido a essa mesma causa, os edifícios que se utilizam desse “esqueleto” não podem ultrapassar 7 pavimentos.

E por que o Brasil ficou para trás?

Conforme mencionado no início do artigo, o Steel Frame domina 85% do mercado americano, enquanto no Brasil há predominância do concreto armado e alvenaria. Embora cada vez mais incentivado pelo poder público, com linhas de financiamento exclusivas, o mercado da construção possui uma cultura ainda muito tradicional e restrita a novas implementações. Soma-se isso ao problema crônico de mão-de-obra especializada no Brasil e alcançamos uma justificativa satisfatória.

Ainda, para obras de baixo padrão, o preço da alvenaria continua sendo inferior ao do Steel Frame. Em um país comandado pelo império do custo, o valor do orçamento continua sendo mais importante que a sustentabilidade, conforto e até o próprio tempo.

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