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Obra 7

Paredes de concreto: Por que e quando utilizar?

O segundo sistema mais utilizado por grandes construtoras. Segundo Braguim (2013), esse era o panorama do processo construtivo de paredes de concreto moldadas in loco, a partir da publicação da NBR 16055 (ABNT, 2012) e o início da regulamentação do método no país.

Apesar disso, o empreendimento pioneiro remete a 1979, a partir da construção de um conjunto habitacional de 46 casas populares na região de Santa Luzia – Minas Gerais. Após mais de 40 anos de aplicação, o maior representante do sistema se trata do edifício de alto padrão Aurora Exclusive Home, com mais de 50 pavimentos localizado em Balneário Camboriú.

Nesse cenário, o seguinte artigo tem como objetivo descrever a atual posição do método de paredes de concreto em relação a outros sistemas, para isso, discriminando seus benefícios, custos e obstáculos. Além disso, tendo como base as características do sistema, concluir sobre quando o investimento pode ser justificado.

Como funciona?

O método de Paredes de concreto moldadas in loco consiste na utilização de moldes de plástico, compensado ou alumínio para construir todo o edifício, em conjunto com o preenchimento em concreto (de preferência, auto-adénsável). Dessa forma, o sistema se reaproveita das formas para os demais pavimentos, elimina diversas etapas intermediárias (como vedação, por exemplo) e agrega economia nos revestimentos.

Para isso, a etapa de projetos ganha um aspecto ainda mais essencial. Assim como na alvenaria estrutural, as paredes correspondem ao pórtico do edifício e, por isso, rigorosidade e planejamento são imprescindíveis para evitar retrabalho e quebras. Nesse sentido, inclusive, as instalações elétricas são realizadas antes da concretagem.

A demarcação dos painéis é realizada com um fio marcador e, com base nisso, são posicionadas as malhas de aço, armaduras de reforço, ancoragens e espaçadores com o auxílio da pistola chumbadora.

E por que as grandes construtoras utilizam?

Segundo a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), a competitividade do sistema é potencializada a partir da produtividade da mão de obra:

• Montagem de formas = 18 a 25 m²/dia/homem (por face de forma);
• Armação = 60 m² de parede/dia/homem;
• Instalações elétricas embutidas = 80 m² de parede/dia/homem.

Permitindo, dessa forma, uma menor quantidade de mão de obra e maior produtividade. Segundo Silva (2011), um pavimento tipo com mais de 180 metros m² pode ser executado em apenas 10 dias. Já segundo outro estudo, um edifício com 22 pavimentos de 780 m² atingiu o prazo de 15 meses de execução, enquanto o seu concorrente com método convencional obtinha 20% a menos de produtividade (m²/dia) (GUSTAVO, 2021). Uma terceira perspectiva viria a confirmar essa tese, acrescentando que, quanto maior o empreendimento, maior será essa diferença. Dessa forma, grandes incorporadoras reduziriam de forma significativa seu custo de capital.

Além disso, segundo Lordsleem Junior (1998) e a Comunidade da Construção (2015c), o sistema promete maior qualidade e precisão dimensional, devido a industrialização das atividades no canteiro.

E quando se torna aplicável?

De acordo com Lordsleem Junior (1998) e Arêas (2013), as desvantagens deste sistema construtivo quando comparado ao convencional são:

• As formas apresentam um alto custo inicial que, com a elevada repetição de uma mesma tipologia, deve ser amortizado;
• Deve ser utilizado um equipamento de grande porte (guindaste) quando for optado por formas metálicas e até mesmo para o transporte de elevada quantidade de concreto;
• Este sistema limita o projeto devido a advertências no uso de lajes com níveis distintos e largura dos painéis;
•Não podem ser realizadas modificações internas nas organizações das paredes já que todas são partes da estrutura da edificação;

Ainda, segundo outra pesquisa, constatou-se um acréscimo de até 32% no custo em blocos de até 16 apartamentos. Assim como constatado no item anterior, quanto maior a quantidade de blocos e apartamentos, menor é essa diferença e maior a produtividade.

Compromisso com a educação

Qual o motivo da Obra 7 se estender ao que foge da sua especialização? Simples, nossa especialização não é concreto e alvenaria. Construção vai muito além do tradicional. Trata-se de constantemente se reinventar e construir novas habilidades para um mesmo fim. Assessoria construtiva: essa é a especialização da Obra 7.