Fissurações, descolamentos de revestimentos aderidos e degradação de argamassas. Esses são alguns exemplos comuns de manifestações patológicas em fachadas, uma intercorrência inevitável e associada a degradação natural de uma edificação.
Contudo, existem metodologias para garantir uma manutenção preventiva e corretiva mais eficiente, de forma a maximizar a vida útil de um revestimento e minimizar os custos associados a intervenção. Nesse cenário, o presente artigo tem como objetivo compartilhar essas práticas, com base na experiência em mais de 5.000 M2 de reforma de fachada.

Quais as causas das patologias?
Grande parte das manifestações patológicas em revestimentos de fachada estão associadas às condições de exposição ambiental, ausência ou execução inadequada de detalhes construtivos (Juntas, frisos, contravergas, caimentos etc.) e a presença persistente de umidade.
Além disso, problemas relacionados a umidade também afetam a vida útil, a salubridade, a habitabilidade e a segurança dos usuários, uma vez que a água geralmente é um agente precursor/acelerador dos processos de deterioração e degradação dos materiais que compõe os revestimentos, levando a sua desagregação no longo prazo.
Fissuras a partir de 0,1 mm já são consideradas significativas para a penetração da água nos revestimentos de fachadas.
Quais as manutenções recomendadas?
As seguintes práticas são recomendadas a fim de aumentar a vida útil de um revestimento, mais conhecido como manutenção preventiva.
• Lavagem da fachada: A acumulação de sujeira, poluentes atmosféricos e resíduos pode causar danos estéticos e até mesmo estruturais, comprometendo a durabilidade dos materiais. Utilizando técnicas adequadas e produtos específicos, a limpeza remove essas impurezas, restaurando o aspecto original do edifício e preservando seus elementos construtivos.
• Recomposição de rejuntes deteriorados: Os rejuntes desempenham um papel crucial na proteção contra infiltrações e na estabilidade dos revestimentos de fachada. A recomposição periódica é essencial para manter a estanqueidade do sistema, prevenindo danos mais sérios como fissuras e manchas de umidade.
• Troca de selantes das juntas: esses materiais podem se deteriorar devido à exposição aos raios UV, variações de temperatura e movimentações estruturais, perdendo sua capacidade de vedação. A troca regular dos selantes é fundamental para evitar a entrada de água e umidade, que podem causar danos significativos aos revestimentos e às estruturas subjacentes.
• Aplicação de hidrofugantes: É uma medida preventiva eficaz para proteger os revestimentos de fachada contra os efeitos nocivos da umidade. Esses produtos criam uma barreira impermeável que repele a água, impedindo sua absorção pelos materiais porosos, como concreto, cerâmica e pedra. Ao reduzir a absorção de água, os hidrofugantes minimizam o risco de danos causados por lixiviação, eflorescência e fissuras.

Como minimizar os custos com a reforma?
As seguintes metodologias são recomendadas com objetivo de minimizar os custos com uma reforma de fachada, além de auxiliar na equalização das propostas, ou também conhecido como manutenção corretiva.
• Ensaio de percussão: Consiste na aplicação de golpes controlados na superfície com um martelo de percussão, que emite um som característico. Com base na sonoridade e na resposta dos golpes, é possível identificar áreas onde há ocorrência de descolamentos, vazios ou falta de aderência entre o revestimento e o substrato. O resultado é uma menor área de interferência, o que impacta diretamente nos custos de uma obra.
• Ensaio de gradiente de temperatura: Consiste em uma conferência das áreas estabelecidas no item anterior. Um equipamento verifica por meio de uma verificação da temperatura da superfície, o que agrega confiança na área estabelecida e mais produtividade.
• Ensaio de resistência de aderência à tração: Consiste na extração de corpos de prova quadrado com área de 10000 MM2, preparados 48h anteriores ao ensaio, cortados a seco comserra mármore “GDC 14-40 BOSCH”, com profundidade além da argamassa colante (penetração de aproximadamente
5mm no emboço). Isso permite entender a segurança e vulnerabilidade do revestimento, por meio da análise do rompimento e da resistência final.

Como aplicar essas práticas?
A realidade é que esse artigo serve como guia para demonstrar cuidados necessários antes e durante uma reforma de fachada, de modo a torna-la menos onerosa e mais eficiente. Todavia, nada substitui uma equipe qualificada que consiga construir esse passo-a-passo personalizado para o seu caso. Se ficou com dúvida em como aplicar esse artigo, basta entrar em contato com a nossa engenharia.