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Obra 7

Revestimentos cerâmicos: boas práticas na compra e instalação

“O pato a ser pago”. Foi assim que a revista Techne avaliou o descolamento sistemático de revestimento cerâmicos a partir de 2015, em matéria escrita em associação ao Sinduscon-SP. “O assunto é muito sério e de repercussão nacional”, adverte o vice-presidente do sindicato. Ainda naquela época, o volume de placas soltas correspondeu a 510.000 m², o equivalente a 51 milhões de prejuízo, em mais de 66 obras e em 19 construtoras.

Quais as causas atribuídas a esse prejuízo cada vez mais comum? E como evitar que isso ocorra na sua obra? O objetivo do presente artigo é descrever sobre os principais cuidados no assentamento de revestimentos, para garantir a durabilidade e aderência. Para isso, terá como base a prática de uma equipe de 24 anos na engenharia e no investimento em pesquisas e ensaios durante o fenômeno de desplacamento sistemático em São Paulo.

Por que instalar placas cerâmicas?

Se o problema existe e persiste, por que insistir no uso? O revestimento cerâmico é, até hoje, uma das principais alternativas para minimizar manutenções periódicas e otimizar durabilidade, em comparação com demais revestimentos em argamassa. Em regiões litorâneas ou com exposição a agentes agressivos, esse destaque é ainda maior, devido a proteção que fornece a estrutura.

Quem é o culpado?

Quando citamos as práticas mais adequadas de instalação de revestimento, refere-se ao sistema completo: placa cerâmica, argamassa e substrato. Cada parte possui o responsável pelo cumprimento das normas, mas, quando o assunto é desplacamento, até essas normas são questionadas.

Durante o prejuízo ilustrado no primeiro parágrafo, a Construtora Conx atribuiu ao EPU (Expansão por umidade) da placa e a retração da argamassa na presença da água, questionando, inclusive, os limites adotados pela ABNT NBR 13.818. Em contraste, o presidente da CCB (órgão regulador responsável pela certificação de 80% do mercado) afirma que essa acusação não possui embasamento e questiona sobre a fiscalização da dupla-colagem na execução.

O resultado da discussão foi uma terceirização da responsabilidade entre as partes.

Quais os principais cuidados na instalação?

Mesmo que não haja consenso entre as causas, existe um consenso para a resolução. Para isso, torna-se necessário dividir entre os parâmetros de qualidade do sistema: método de instalação e placa de revestimento.

Placas de revestimento:

Durante a epidemia de desplacamentos, a consultoria Planville investiu 500 mil reais em uma pesquisa extensa, para avaliar, entre as variáveis de análise, qual surgia mais efeito na queda de durabilidade do revestimento. A constatação foi clara: absorção de água. Mesmo que não haja comprovação dessa variabilidade pela indústria de cerâmicos, segundo o consultor, houve certa instabilidade na expansão por umidade (EPU) nos cerâmicos de via seca do tipo BII-b (tardoz vermelho) a partir de 2011. E isso se comprova com o levantamento realizado pelo Sinduscon: 92% dos desplacamentos ocorreram com esse tipo de revestimento.

Como a maioria das obras é inviável a realização de ensaios, a compra de peças via úmida (porcelanato) é um parâmetro de qualidade suficiente para a aderência das placas de revestimento.

Observação: Esse artigo contém as medidas para evitar o desplacamento, mas não outros parâmetros importantes importantes na definição de revestimentos cerâmicos, como PEI, por exemplo.

Método de instalação:

A partir do levantamento ilustrado no parágrafo anterior, contatou-se outras duas observações relevantes: 27,3% das placas possuíam dupla-colagem (no revestimento e na argamassa) e 2,1% utilizaram argamassa AC-III. Nesse sentido, além dos cuidados ilustrados posteriormente, a dupla-colagem (placas acima de 900 cm²) e escolha das argamassa foram os dois principais fatores no desplacamento de revestimentos.

Além disso, como procedimento, a fiscalização da Obra 7 verifica as seguintes condições:

• Prumo (inclinação) da parede, a partir de uma régua ou tábua;
• Sujeira e pó da parede e do revestimento, limpando quando necessário;
• Reboco “oco” (baixa aderência), a partir de algumas batidas com a colher de pedreiro;
• Execução de nervura uni-direcional, para aumentar a superfície de aderência;
• Em peças maiores, execução de pequenos movimentos após instalação, para garantir a quebra dos cordões;
• Tempo de secagem da argamassa, área reduzida de aplicação.

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